29 de nov. de 2014

CAPIXABA CRIA A REDE SOCIAL 'ORKUTI': EM MENOS DE DOIS MESES, JÁ TEM MAIS DE 128 MIL USUÁRIOS



Em casa, assistindo a um filme com a família, o técnico em automação Alex Becher, 35 anos, teve a ideia de criar uma rede social inspirada no Orkut. No último dia 30 de setembro, data que a ferramente se despedia dos internautas, surgia no Espírito Santo o Orkuti, idealizado pelo capixaba de São Mateus.
 
"Sou formado em tecnologia de programação e fiquei três meses trabalhando nesse projeto. Comecei a pegar as melhores funcionalidades do Orkut, do Facebook e do Google +. Dos três, tirei o mais simples de ser utilizado, com o visual do Orkut. Pensei nessa data porque os usuários iam ficar órfãos. A minha ideia inicial era fazer algo para os meus amigos e familiares, para umas 20 pessoas", conta.

Mas naquele mesmo dia Alex teve uma grande surpresa. "Estava acompanhando os acessos do trabalho e tinha 100 pessoas, depois caía para 10. Quando cheguei em casa, tinha 1.000 pessoas e o servidor caiu. O pessoal do servidor me ligou dizendo que eu precisava tirar do ar. Até eu tirar, foram 10 mil acessos no dia".

 

Ele não tinha ideia da proporção que a sua criação ia tomar. "Comecei a buscar um servidor bom. Sai de um de R$ 20,00 para um de R$ 900,00. As pessoas estavam mandando e-mail para liberar o site. Eu precisava de dinheiro para pagar o servidor e pedi ajuda em um grupo de kitesurf que participo. Dois empresários toparam me ajudar".

Daí em diante, o projeto só cresceu. "No dia seguinte, o negócio de 10 mil foi para 20 mil. Contratei mais dois servidores. Na sexta-feira da mesma semana, teve 35 mil acessos. Um empresário da área de internet, que mora em Goiás, entrou em contato comigo querendo patrocinar o projeto. Fiquei meio desconfiado. Ele me contou que conheceu a esposa pelo Orkut e perguntou se eu estava precisando de uma boa estrutura. Não aceitei de imediato, mas na semana seguinte, não teve jeito: fechei o contrato. Agora são três servidores em Miami. Se eu fosse pagar, gastaria uns R$ 5 mil por mês".

Cinco dias sem dormir 

Como todas as expectativas foram superadas, Alex passou a viver em função do Orkuti. "Fiquei cinco dias sem dormir e ir para o trabalho, resolvendo os problemas e olhando os números. Tinha problemas porque era uma ferramenta para 20, 30 pessoas. Os usuários começaram a pedir jogos. Comecei a trabalhar em função dos pedidos do usuário. Fiquei duas semanas igual a um zumbi. Não imaginava, foi um negócio maluco".
 
A rotina foi tão intensa que Alex perdeu oito quilos em duas semanas. Agora, com tudo mais calmo, ele trabalha em um aplicativo para o sistema operacional Android e o site não tem mais problema. 

Dinheiro 

O programador ainda não tem ideia de como vai ganhar dinheiro com a ferramenta. "Lá pra fevereiro de 2015 vou estudar uma forma de rentabilizar. Quero pensar em uma maneira que não seja cheia de publicidade. Por enquanto, foram dois meses resolvendo problemas". 

Orkuti

O principal objetivo de Alex era homenagear a desativada rede social, porque a usava com muita frequência. Ele trabalha praticamente sozinho no projeto e conta com o apoio de três investidores. O nome veio da forma comum de se pronunciar o nome. A ferramenta é uma mistura do Orkut com o Facebook e o Google +. Ela tem depoimentos, scraps, jogos e comunidades - já mais de 5 mil. Inicialmente toda em português, a página já conta com o login em inglês. A novidade, segundo Alex, são os selos e o app, que serão lançados em 25 de dezembro. 
 
Direitos autorais
 
No mesmo dia em que teve a ideia, Alex registrou o domínio do site. Depois o da marca e o do desenho, mas nem pensou em diretos autorais. Com o passar do tempo, procurou se informar. "O Google tem direito sobre a marca até dezembro e não fizeram nenhum tipo de pedido de renovação. Não existe mais Orkut, e não tem renovação de domínio", afirma. 
 
Números

796 mil

Este é o números de acessos à página desde a sua criação até 19 de novembro.

128 mil

Este é o número de pessoas cadastradas.

0 comentários:

Postar um comentário